O sono é um estado fisiológico que garante maior eficiência da energia limitada do nosso corpo, promovendo regeneração à nível físico e mental. De acordo com a Associação Brasileira do Sono (ABS), adultos saudáveis necessitam em média 7-9h de sono por noite para uma boa regulação do organismo, sendo esse período o necessário para completar todos os ciclos do sono, incluindo o sono REM – fase dos sonhos.
Dormir é essencial e todos sabem, porém dados demonstram que este é o hábito mais negligenciado e mais comprometido na sociedade atual. Um estudo de 2014 através de pesquisa presencial incluindo 2.017 participantes de todas as regiões do Brasil, demonstram que 76% tinham queixas relacionadas ao sono, sendo as mais frequentes: sono leve, insônia, roncos e movimentos excessivos na cama.
Cabe ressaltar que a insônia pode ser um diagnóstico primário ou secundário à alguma causa como apneia obstrutiva do sono ou transtorno de ansiedade generalizada, e o tratamento correto da causalidade é fundamental para melhora da qualidade de vida e redução dos fatores de risco metabólicos e psiquiátricos à longo prazo.
Indivíduos com poucas horas de sono apresentam aumento do cortisol, hormônio do estresse, e aumento da grelina, hormônio do apetite, levando a maiores riscos de diagnósticos como obesidade, diabetes mellitus e doenças cardiovasculares como hipertensão arterial.
A restrição do sono também é fator de risco para maiores oscilações de humor como irritabilidade e tristeza, ansiedade, fadiga crônica, dificuldade de foco em atividades e alteração de memória. O eixo imunológico também fica comprometido, podendo este estar hiperativado gerando doenças auto-imunes ou hipoativados gerando maior susceptibilidade à infecções.
Atuar na prevenção desse cenário visa estimular hábitos principalmente em relação aos horários, seguindo o funcionamento do nosso ciclo circadiano. Assim como a ciência moderna orienta, o Ayurveda (medicina tradicional indiana) já dizia: devemos despertar com o sol e dormir com ele. Trazendo adaptações para nossa modernidade, recomendamos: ir para cama às 21h para dormir até as 22h, e despertar entre 5-7h. Distanciamento de telas e luzes baixas a partir das 19h para correta liberação da melatonina, hormônio que age na indução e manutenção do sono.
Já a abordagem terapêutica visa atuar nas causas e corrigi-las. Para agir no sintoma relacionado ao sono, existem diversas opções terapêuticas como medicamentos convencionais e tratamento complementares com fitoterápicos, como por exemplo Valeriana officinalis, Melissa officinalis e derivados de Cannabis sativa como Canabidiol (CBD). Médicos e profissionais especialistas devem ser procurados para a correta investigação e tratamento.
Referencias:
https://www.thieme-connect.com/products/ejournals/html/10.1055/s-0043-1777785
https://absono.com.br/wp-content/uploads/2021/03/cartilha_sono_normal_2021.pdf
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2667343622000014